samedi 22 décembre 2012

Théâtre à Tout Age, à Quimper

Le grand plaisir d'aller au bout du bout du Finistère, à Quimper, présenter “Far Ouest” pendant les journées professionnelles du Festival Théâtre à Tout Age, avec Pascale Daniel-Lacombe, Antonin Vulin, Amélie du Payrat, Bernard Le Noac'h et toute l'équipe de Très Tôt Théâtre :
“Qu'est-ce que ça fait de passer sa vie face à la mer ? De grandir face à la mer, d'y vieillir ? De voir la mer quotidiennement, dès qu'on se lève, dès qu'on sort de chez soi, dès qu'on part travailler ? L'horizon est-il un appel au voyage ou bien un mur d'eau et de vent ? Est-ce la finisse-terre, d'où chuter, ou ma commence-mer, où embarquer ? Le bout du monde ou d'autres possibles ?”

La veille, j'ai marrainé Sabryna Pierre (autour notamment de sa pièce "Sara") tandis qu'Athénor en faisant autant pour Philippe Gauthier (autour notamment d'"Une jeune fille et un pendu"). 

Un bel espace-temps d'intelligence et de curiosité artistique généreuse et conviviale, où prendre le temps de discuter ensemble et de réféchir à nos avenirs croisés.


jeudi 6 décembre 2012

Paris-Granville

… par l'Intercités 3431.











Joaquim Benite, pour le Teatro d'Almada



Voici le texte qui a été lu cet après-midi, à ses funérailles, par Luis Vicente :

“Morreu o Joaquim. Morreu o nosso Mestre e o nosso Amigo.
Morreu a fazer teatro, que era o que ele melhor fazia: e fez teatro até ao fim. Dirigiu-nos até já não ter fôlego para puxar a fumaça dos cigarros que ia desfiando, um após o outro, nos ensaios (nas últimas semanas, resignado a ter de deixar de fumar, trazia para a sala um cigarro electrónico que alguém baptizou de Robocop).

Joaquim Benite foi e será o que se dirá agora dele: um intelectual de acção, um artista generoso, um Homem perseverante, com um aguçado olhar poético sobre o Mundo e uma grande intolerância contra a injustiça – que nalguns momentos da sua vida terá tentado beliscá-lo, mas que ele ignorou como quem dá um piparote numa beata pela janela do carro fora, como ele tinha o mau hábito de fazer.

Joaquim Benite foi e será muitas coisas. Para nós, os que temos vivido e aprendido com ele – para as várias gerações de actores, técnicos, encenadores, directores de teatros… – o Joaquim foi o Homem que nos revelou o segredo de que o teatro é um vício (quem lá entra, nunca mais de lá sai), mas é também um bálsamo (nós, os que temos esta profissão, somos uns privilegiados, porque nos momentos de dor imensa, como este, podemos sempre fugir para o palco: e lá a dor é outra).

Ficámos com uma peça nas mãos: o «Timão de Atenas», que de Atenas fala pouco, mas fala muito sobre a hipocrisia e a falsidade dos homens. O nosso “patrão”, como o Joaquim lhe chamou nos primeiros ensaios, tinha a mania de escrever para nós, e para “os que vierem depois de nós” – e os que vierem depois deles.

E agora chega de “palavras, palavras, palavras…” e vamos mas é trabalhar, que era talvez o que ele diria neste momento, se pudesse. Vamos cuidar dos vivos. Confortar a sua família – as suas irmãs, os seus filhos, os seus netos – e trazer a Teresa «Coragem» de volta às tábuas.

“E já que estamos em Shakespeare” (como tu próprio podias ter dito, meu querido Amigo…), citemos as palavras que o nosso “patrão” põe na boca daquele que, desiludido do caminho que a sociedade ia tomando, se afastou dos homens para morrer sozinho:

“Sol, esconde os teus raios: o Joaquim chegou ao fim do seu destino”

Companhia de Teatro de Almada”

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 Traduction anglaise mécanique approximative :

“Joaquim died. He died our Master and our Friend.
He died doing theater, which was what he did best: theater and made up to the end. He directed us to no longer have breath to pull the smoke of cigarettes that was unraveling, one after another, in the tests (in recent weeks, resigned to having to quit smoking, brought into the room an electronic cigarette that someone baptized as Robocop ).

Joaquim Benite was and what will be said of him now: an intellectual action, a generous artist, a persevering man, with a keen look poetic about the world and a great intolerance against injustice - that some moments in your life have tried pinching him, but he ignored as who gives a flip in the butt out the car window, as he had a bad habit of doing.

Joaquim Benite been and will be many things. For we who have lived and learned with him - for several generations of actors, technicians, directors, directors of theaters ... - Joaquim was the man who revealed the secret that theater is an addiction (who goes there, never goes out of there), but is also a balm (we who have this profession, we privileged few, because in times of immense pain, like this, we can always escape to the stage: and there is another pain).

We were with a part in hands: 'Timon of Athens', which Athens says little but speaks volumes about the hypocrisy and deceit of men. Our "boss" as Joaquim called him in the first test, had a habit of writing for us, and for "those who come after us" - and those who come after them.

And now comes "words, words, words ..." and we'll work but, maybe that was what he'd say now if I could. Let's take care of the living. Comfort his family - his sisters, their children, their grandchildren - and bring Teresa 'Courage' back to the boards.

"And since we're on Shakespeare" (as you yourself have said you could, my dear friend ...), let us quote the words that our "boss" puts into the mouth of him who, disillusioned the way that society was taking, turned away men to die alone:

"Sun, hide thy rays: Joaquim reached the end of their destiny"

Almada Theatre Company”

mercredi 5 décembre 2012

Joaquim Benite (1943-2012)


Joaquim Benite est mort cette nuit. Je l'ai rencontré lors de mon deuxième voyage au Portugal, pour le festival du teatro d'Almada auquel j'ai eu la chance d'être souvent invitée, puis il nous a accompagnés, José Martins et moi, tout le long de la création de “Marzïa” dans son théâtre. C'était un grand homme de théâtre, engagé, batailleur et extrêmement cultivé. Je me le rappelle dans son costume blanc, les soirs de festival, sur la terrasse, entouré de ses amis et de sa famille, discutant sous les étoiles. Ou bien à la terrasse du café en face du théâtre, lorsqu'en plein déjeuner avec José, ils s'interrompaient tous les deux pour réciter des poèmes en français. Ci-dessous, le faire-part du théâtre, reçu ce matin, en portugais.

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Joaquim Benite 

O encenador Joaquim Benite, director do Teatro Municipal de Almada e do Festival de Almada, faleceu esta noite, na sequência de complicações respiratórias motivadas por uma pneumonia. O fundador da Companhia de Teatro de Almada preparava a estreia absoluta em Portugal de Timão de Atenas, de Shakespeare, que representaria o seu regresso à actividade após um período de ausência dos palcos por motivo de doença. O País perde assim um dos seus mais prestigiados encenadores, ligado ao movimento de renovação do Teatro português no período que antecedeu e que se seguiu à Revolução de 1974.   

Joaquim Benite nasceu em Lisboa em 1943. Começou a trabalhar como jornalista, aos 20 anos, no jornal República. Posteriormente fez parte da redacção do Diário de Lisboa e foi chefe de redacção dos jornais O século e O diário. Foi crítico de teatro no Diário de Lisboa e em diversas revistas e publicações.
Em 1971 fundou o Grupo de Campolide e estreou-se na encenação com O avançado centro morreu ao amanhecer, de Agustin Cuzzani. Com a peça Aventuras do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança, de António José da Silva, ganhou, no ano seguinte, o Prémio da Crítica para o melhor espectáculo de teatro amador.
Em 1976, no Teatro da Trindade, transformou o Grupo de Campolide em companhia profissional. Em 1978 a sua companhia instala-se em Almada, cidade de onde não mais sairia, e que transformou num dos principais focos teatrais do País, cujo expoente máximo será porventura o Festival de Almada, criado em 1984, e que em 2013 terá a sua 30ª edição. Em 1988, Joaquim Benite inaugura o primeiro Teatro Municipal dessa cidade, e em 2005 é finalmente concluído o projecto do novo Teatro Municipal de Almada — num edifício da autoria de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira —, que se tornou num dos principais teatros do País.
Tendo criado mais de uma centena de espectáculos, Joaquim Benite foi responsável pela estreia em teatro de José Saramago, de quem dirigiu A noite (1979) e Que farei com este livro?(1980 e 2007). Encenou ainda obras de Shakespeare, Molière, Brecht, Lorca, Bulgakov, Camus, Adamov, Gogol, Beckett, Albee, Neruda, Thomas Bernhard, Sanchis Sinisterra, Antonio Skármeta, Pushkin, Peter Schaffer, Marguerite Duras, Dias Gomes, Nick Dear, O’Neill, Marivaux, Feydeau, Almeida Garrett, Gil Vicente, Raul Brandão, entre muitos outros.
Entre os seus últimos trabalhos contam-se: Que farei com este livro, de José Saramago (2007); as óperas A clemência de Tito, de Mozart (2008), O doido e a morte (2008) e A rainha louca(2011), de Alexandre Delgado; O presidente, de Thomas Bernhard (2008); Timon de Atenas, de Shakespeare (Festival de Mérida, 2008); A mãe, de Brecht (2010); Tuning, de Rodrigo Francisco (2010); Troilo e Créssida, de Shakespeare (2010); e Hughie e Antes do pequeno-almoço, de Eugene O’Neill (2010).
Entre os numerosos prémios e distinções com que foi distinguido, Joaquim Benite foi agraciado com as Medalhas de Ouro dos Municípios de Almada e da Amadora, e as Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura e Mérito Distrital do Governo Civil de Setúbal. Foi-lhe também atribuído o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique; os graus de Cavaleiro e Oficial da Ordem das Artes e das Letras de França; e o grau de Comendador da Ordem do Mérito Civil de Espanha.


Rencontres européennes (suite) avec Nova Villa : Claire Gatineau, Vélibor Colic et l'exil…

Organisée par Nova Villa dans le cadre de Reims Scènes d'Europe, une après-midi très riche et pleine d'humanité autour des écritures européennes au lycée Roosevelt, avec Claire Gatineau (France-Belgique) et Vélibor Colic (Bosnie-France), tous deux réunis par la force de leur écriture, théâtrale ou romanesque, et la thématique de l'exil, ligne rouge de toutes les rencontre de Nova Villa pour cette édition (Claire vit en Belgique depuis une vingtaine d'années, et Vélibor, en France, depuis la même période).
Avec le regard concret et engagé de Christophe Lemaire, de la Croix Rouge, qui travaille à l'accueil des demandeurs d'asile au CADA, et l'immense plaisir de retrouver la voix inimitable de Brigitte Patient, lectrice hors pair qui sait donner vie à chaque mot écrit et nous a lu des extraits d' “Au-dessus de la plaine” de Claire Gatineau et de “Jésus et Tito” de Vélibor Colic.

Des paysages de l'enfance imprimés dans la mémoire comme autant de polaroïds à l'européanité, nous avons interrogé leurs processus d'écriture et leur relation à l'espace-temps dans une grande ouverture, générosité et curiosité. 
Des instants de grâce, lorsque Claire Gatineau a évoqué ces cols alpins qu'elle croyait préservés de la violence du monde, ou lorsque Vélibor Colic a fait comprendre aux lycéens et collégiens réunis l'importance de l'expression de sa pensée propre. 
Comme il l'a dit aussi : en Europe, travaillons sur nos points communs plutôt que sur nos différences. Et je me retrouve dans ce qu'il dit de l'écriture des tragi-comédies : rions de ce qui nous désespère.

Enfin, tout cela est né de la rencontre entre Nova Villa et une équipe pédagogique exemplaire qui souhaite amener ses élèves à réfléchir et à s'ouvrir au monde, sur le long terme, via notamment des rencontres artistiques et humaines fortes : bravo !

de g à d : C. Lemaire, C. Gatineau, K. S, V. Colic et B. Patient


© Charlotte Bazin pour Nova Villa

“Tag” aux Grands Plateaux du Groupe des 20

Présentation de “Tag”, feuilleton théâtral noir et rock pour adolescents et adultes, à la scène Watteau de Nogent sur Marne, dans le cadre des Grands Plateaux du Groupe des 20, avec le soutien notamment du Théâtre Boris Vian des Ulis (D. Paquet, P. Simon) et du Théâtre des Bergeries de Noisy-le-sec (M. Berger, V. Moret).
La forme originale et condensée qu'Anne Contensou a spécialement bâtie pour ce genre de présentations professionnelles, afin de donner à goûter l'ambiance du futur spectacle, est aussi forte qu'évocatrice, et les retours positifs nous ont encouragées à poursuivre dans notre voie théâtre-polar-opéra urbain-noir-rock-fantastique. 
Ecoutez hurler les chiens !








3èmes Rencontres Européennes de la littérature pour la jeunesse à la BNF

Une rencontre chaleureuse et animée à la BNF, dans le cadre des 3èmes Rencontres Européennes de la Littérature pour la Jeunesse, où Anne-Laure Cognet puis Nathalie Beau nous ont invitées, Marianne Ségol et moi, pour parler de LABOO7 et de ses expériences et projets multilingues : “Ank Ang !”, “Rose, Rose, Rose” et “Les correspondants”.

Des rencontres sous le signe de l'ouverture, de la curiosité et de l'intelligence, et le grand plaisir de voir les écritures théâtrales replacées dans le champ de la littérature.

L'Europe et la Culture, à la Comédie de Reims

Une rencontre riche et engagée à la Comédie de Reims, jour de l'ouverture de Reims Scènes d'Europe, dans le cadre des journées professionnelles de La Scène  : “L'Europe de la culture existe-t-elle aujourd'hui ?”.













Entre les contributions de Ludovic Lagarde et de Bernard Faivre d'Arcier, j'ai défendu mon point de vue et mes espoirs pour une Europe DE et PAR la culture plus inventive et active (texte en ligne à venir), puis participé à la première table ronde où nous avons échangé points de vue, idées, projets et expériences en compagnie de Laurent Dupont, d'Anne Goalard et de Mélanie Florchütz, sous la modération de Cyrille Planson.




© Charlotte Bazin pour Nova Villa


“Ludovic Champ-de-Betteraves”, création à la Maison de la radio

Création et enregistrement au Studio 116 de “Ludovic Champ-de-betteraves”, la commande que m'a passé Bruno Bérenguer pour Radio France de le cadre du week-end “Beethoven intemporel”.
Avec Matthieu Genet dans le rôle de Ludovic, Nathanaël Gouin au piano, et le Choeur Les cris de Paris et les solistes de l'Opéra de Paris, dirigés par Geoffroy Jourdain.

Un grand moment de mots et musique en écho, et le plaisir rare d'avoir pu travailler ensemble au tuilage de ces deux écritures. Radio-diffusion prévue sur France-Musique début janvier.






de g à d : G. Jourdain, M. Genet, N. Gouin

photos : © Bertrand Couderc

“Maintenant que tu habites derrière mes paupières” à l'Atrium de Dax

Magnifique soirée à l'Atrium de Dax, autour de “Maintenant qu tu habites derrière mes paupières”, mise en lecture par Pascale Daniel-Lacombe et dansée par Ex Nihilo, un moment de grâce à l'état brut, puis lectures d'extraits d'autres de mes pièces, et discussion avec le public, le tout à l'invitation de Pantxika Velez.
C'est pour des moments aussi étonnants que j'écris du théâtre, ou plutôt du spectacle : pour ce relais sensible, tous domaines croisés. Et quelle chance d'avoir rencontré Pascale et le Théâtre du Rivage avec qui nous avons tant d'affinités et de plaisir à travailler.